domingo, 17 de agosto de 2014

[TACROOM] EQUIPE: VALE A PENA?

Hop!

Em primeiro lugar, antes de entrarmos no assunto deste post, gostaria de agradecer aos camaradas de esporte e amigos que leram, divulgaram ou simplesmente deram uma "passada de olho" aqui no Tactical Room, muito obrigado!
Sinceramente, não tenho a "pretensão de nada", apenas de escrever sobre algo que realmente me dá prazer e me motiva. Se os temas irão lançar luz à uma discussão saudável sobre nosso esporte, já ficarei extremamente feliz, afinal, com o crescimento exponencial, todo cuidado com os "cabeças de bagre" (cuidado, eles existem!) é pouco.

Portanto, mais uma vez, muito obrigado!
=================================================




EQUIPE - Vale a pena?

Esse tema me foi sugerido por um praticante (via redes sociais) que está iniciando no esporte, como achei que o assunto poderia ser útil aos demais, resolvi responder por aqui mesmo.

Antes de mais nada, devemos dar os méritos aos precursores, grupos que há anos já trazem na bagagem muita "história pra contar", como uma moçada do Rio Grande do Sul (comunidade da Combat Zone), do Galos de Briga (MG), do WKG Tactical Group e Scorpions (Rio de Janeiro), do Grupo Especial de Ações Rápidas (G.E.A.R - Curitiba), Recon Unit (que antes do Airsoft eram "Caveiras Paintball"), dentre muitos, mas muitos outros! Chega a ser injusta minha citação, haja vista a quantidade de equipes existentes há anos. Não conheço todas, essas as quais citei são as que me recordo no momento, mas existem muitas equipes (não gosto da denominação "time") que surgiram nos primórdios do Paintball e migraram para o Airsoft, além de equipes que surgiram no Airsoft antes mesmo dele ter sido oficializado de  forma legal e regulamentada no Brasil!


Fiz questão de trazer esse panorama justamente para dar os méritos à essa rapaziada vibradora, que há anos já antecipava algo que hoje explode aos borbotões por ai. Certamente eles já disseminaram muita informação relevante via fóruns, youtube, blog´s, apostilas (via e-mail), etc, portanto, muita coisa que aprendemos "mastigado" foram esses caras que bateram cabeça e nos trouxeram.
Parafraseando Jorge Aragão em "Moleque Atrevido": "Respeite quem pode chegar onde esses caras chegaram".

Isto posto, vamos diretamente aos pontos onde acredito que muitos estão se equivocando quando pensam em equipe, que são: A criação sem critério na escolha dos membros e o inchaço desenfreado com o "convite" de todo e qualquer praticante.

Volto a afirmar que não existe verdade absoluta no que vou postar aqui, tampouco receita de bolo, o que existe é apenas uma visão pessoal, uma transposição -pra esse espaço- da MINHA realidade e do MEU modo de ver as coisas, e caso discordem (o que é natural), que seja de forma coerente e - sobretudo- educada.




Para facilitar, irei dissecar os temas em dois pontos distintos:

1) "A criação sem critério na escolha dos membros:"

- Cada equipe tem seu próprio modus operandi para a escolha de novos membros. Algumas fazem divulgação e abrem recrutamento, outras procuram afinidade com antigos amigos, já outros preferem observar a performance em campo do "futuro componente", dentre dezenas de opções disponíveis.


Mas, pra mim, o ponto crucial, é: Você convidaria esse novo membro para conhecer sua casa? Estranho? Talvez, mas é assim mesmo que penso quando convido algum "recruta" para a equipe da qual faço parte (apenas salientando que, devido nosso estatuto interno, o convite passará pelo crivo dos demais membros, onde a votação da metade +1 dará a permissão para o "novato" entrar).

Camaradas, entendam que vocês serão mais equipe FORA do que DENTRO "das quatro linhas". Infelizmente a prática é esporádica (1x,  2x por semana?), mas o convívio será diário (WhatsApp, Facebook, e-mails, foruns, telefonemas, skype...), então, de NADA vai adiantar ter alguém para compartilhar o esporte/ filosofia de vida se você NÃO confia ou não tem a mínima EMPATIA por essa pessoa! Não adianta ela ser honrada dentro de campo, e ser um belíssimo filho da puta fora dele (alguém consegue conceber tal aberração?)

-"Ei cara, Mister Special Force das Galáxias é o maior pilantra da redondeza, mas a conduta dele dentro de campo é tão ilibada quanto a de um monge tibetano, vamos chamá-lo para nossa equipe" - BULLSHIT! Honra, caráter, retidão de pensamento e de ações, ou você tem ou não tem, não dá para ficar no "mas...veja bem, vamos conversar" e tentar  justificar atitudes de merda se equilibrando em cima do muro

De posse desses atributos - ao meu ver - fundamentais, o camarada pode ser até ser um "mulambo" (taticamente falando) em campo, mas esse é um fator plenamente TREINÁVEL...já a falta de honra, caráter e retidão, não. Talvez o companheiro até melhore (afinal, todos podemos melhorar!), mas nós não pagamos para ver. Acredito, agora, que o critério por mim elencado alguns parágrafos acima tenha ficado mais claro.

Há pouco mais de um mês, enfrentando o maior e pior problema de toda minha vida, tive o apoio INCONDICIONAL e FUNDAMENTAL dos caras que estão ao meu lado e cerram fileiras comigo.
É ai que você entende o sentimento de união que deve prevalecer em uma equipe. Obviamente nem tudo são flores, existe bate-boca, discussão, discordâncias das mais diversas, até mesmo "porradaria"...contudo, esse é mais um dos itens que fazem da equipe um "microcosmo" da sociedade, onde muitas vezes precisamos engolir nosso ego, nossa vaidade e entender que nem sempre haverá uma concordância plena e pacífica entre todos, mas, ainda assim, haverá respeito mútuo e vontade de seguir em frente, mantendo a camaradagem necessária para a continuidade. Se nem em casa, com nossa família, a harmonia absoluta é viável, imagine com um monte de barbado dando opinião e tentando argumentar? Impossível!




2) "O inchaço desenfreado com o "convite" de todo e qualquer praticante."

- Quantidade jamais foi sinônimo de qualidade. Tal afirmação não se restringe apenas ao AS, pois pode ser utilizada para todo e qualquer exemplo na vida (se alguém tiver algum que não se encaixe, por favor, sinalize!).


Certa vez ouvi de um grande Delegado da Polícia Civil da Bahia (por quem nutro uma enorme admiração) a frase: "Os muitos, por sermos poucos, não temeremos". Esta  frase pode parecer - num primeiro momento - muito simplista, mas ao analisarmos com um pouco mais de critério, percebemos que ela se encaixa como uma luva (Mechanix ou BlackHawk? rs) nessa questão da "quantidade x qualidade". De nada adianta ter uma equipe com 50 caras, sendo que apenas 10 são participativos e carregam os outros 40 "nas costas".

Seria melhor ficar com os 10 e direcionar os esforços nos próprios 10, não é? Obviamente, se - por algum milagre divino- você conseguir unir de forma simétrica a qualidade com a quantidade, então meu amigo, você terá o melhor dos mundos! Se alguém souber como realizar essa façanha, favor sinalizar...adoraria saber esse segredo!





É isso ai moçada, apesar do assunto ser bastante complexo e vasto, espero que este "artigo" possa trazer alguma reflexão sobre o tema "Equipes".

Força & Honra!

Aranha

9 comentários:

  1. Ótima reflexão em relação ao membro de equipe como amigo e pessoa de caráter.

    De fato existe a necessidade de buscar um valor moral na pessoa que te acompanha tanto na vida como em nosso esporte.

    Me recusaria admitir um membro de personalidade ou moral duvidosa em minha equipe, e da mesma forma como no meu circulo social.

    ResponderExcluir
  2. N. Rodrigues,

    Obrigado pelo comentário e participação. Concordo em gênero, número e grau! Não temos como dissociar a postura "in game" da "out game", não é mesmo?

    Forte abraço, e vamos em frente!

    Aranha

    ResponderExcluir
  3. Por isso ainda jogo independente. Tenho a convicção de que se é para estar em qualquer time só para ter com quem jogar... Vou treinando só. E nos jogos vou pondo em pratica. Esperando o momento certo! "Força e Honra", disciplina e respeito, humildade e coragem.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Leo Couto,

      Importante seguir no seu caminho, em um determinado momento, as coisas se encaixam, as oportunidades aparecem e, quando menos esperar, estará inserido no contexto "equipe".

      Abraço!

      Aranha

      Excluir
  4. Muito bem colocado e diria que até obvio.
    Um pensamento já realizado dentro do grupo a qual pertenço, já nos deixa meio caminho andado em relação a postura e conduta de um possível novato.
    Outro fator não menos importante é o seu empenho e postura em campo.
    Agora no que tange o convívio social é muito relativo e cheio de brechas, seja por outros compromissos como trabalho, família, grupos de futebol, figurinhas e blá, blá, blá.
    Não se esquecendo que a atividade reúne pessoas de vários locais dentro e fora da cidade/estado e o convívio presencial sofre em sua frequência.
    É perfeitamente compreensível e diria que uma característica humana, a afinidade entre os membros. Somos indivíduos que necessitam pertencer a grupos.
    Dependendo do grau de envolvimento, frequência em atividades comuns e pensamentos alinhados, contribuem para equipe/grupo A ou B se destacar.
    Voltando ao assunto "Equipe", penso que o conceito, o objetivo e as metas devem ser previamente definidas. Claro que ajustes serão realizados ao longo do processo, mas a sua essência deve se manter firme.
    Os membros podem mudar, mas a equipe deve se manter em direção ao seu Norte sempre!
    No meu entender, o membro que for destacado para liderar essa equipe deve ter como principal regra, esses conceitos. E não menos importante, os demais membros devem assumir a posição de comandados e fazer com que os mesmos conceitos sejam mantidos pelo líder. Uma troca mútua.
    O líder deve perseverar em busca dos objetivos da Equipe e nunca se render ao meios mais fáceis.
    É uma catequese e é justamente nos momentos mais difíceis, que surge material positivo para no final obter sucesso.
    Sim, vale a pena montar uma equipe.
    Mas saiba que é uma guerra com muitas batalhas!

    ResponderExcluir
  5. Cadu,

    Quanto ao convívio social, por motivos citados por você, existirá uma afinidade do "membro X" com o "membro Y" (algo natural), todavia, deverá existir - ainda - uma união maior, que sobressai os links individuais.
    Ao menos, conosco, tem sido assim.

    Abraço e obrigado pelo feedback!

    Aranha

    ResponderExcluir
  6. Este artigo é importantíssimo para aqueles que pretendem montar uma equipe. Devemos lembra que um amontoado de conhecidos não forma uma equipe, mas pessoas focadas num objetivo comum e que tenham alguma afinidade. Neste caso, entendam por "afinidade", algo que vai além dos limites do campo, fora das partidas de airsoft. As reuniões, as conversas por FB ou mesmo os churrascos de fim de semana são os grandes alicerces da relação EQUIPE. No final das contas as partidas de AS são apenas um "plus" ou um motivo para o coprocessamento entre os "irmãos de armas".

    Grande abraço Aranha!!!

    ResponderExcluir
  7. Marcelão, meu grande amigo, que privilégio!

    Sua última frase sintetiza todo o texto: "No final das contas as partidas de AS são apenas um "plus" ou um motivo para o coprocessamento entre os "irmãos de armas".

    É exatamente isso!

    Abração!

    Aranha

    ResponderExcluir
  8. Não sou de comentar, mas está muito bom o texto! O S.A.S já está com 6 anos, e nesses 6 anos fico feliz de dizer que só recrutamos amigos. Quantidade não gera qualidade, amizade em campo acima de tudo.

    ResponderExcluir